“Adeus ano velho, feliz ano novo, segundo o olhar da cooperação”.

É um consenso, o ano de 2020 nos pegou de surpresa, trazendo à tona desafios sociais profundos que normalmente permanecem sempre velados. No contexto de uma grave crise sanitária sempre emergem pensamentos, reflexões, realidades, atitudes e posturas que defendam o valor da vida.

Um dos primeiros emblemas que se escancara é a dura realidade entre o valor do bem individual em detrimento ao valor do bem coletivo. Mesmo que muitas teorias apontam que a natureza humana é essencialmente cooperativa, que somos interdependentes se insiste na valorização unilateral do bem próprio.

Outra situação explicitada é o poder do capital que assola todas as culturas, que incita a ganância, o individualismo e que promove as graves desigualdades sociais. Neste caso nem sempre a vida humana é tida como valor primordial. Desta emana toda injustiça social, a cultura da propina, da mentira e das mais variadas formas de violência.

Ressurge então um olhar para o poder do coletivo, da cooperação, da solidariedade, da empatia. Redescobre-se que a saída é pensar juntos, é pensar no outro, é agir coletivamente, filosofia esta sempre defendida com todas as forças pelo cooperativismo, respaldada inclusive pela Constituição Brasileira. No entanto, é necessário que estejamos sempre cientes dessas vantagens onde todos ganham, pois seremos constantemente tentados a percorrer o caminho do individualismo.

Ney Guimarães

Especialista em cooperativismo e na pedagogia da cooperação.